Ela sentava 2 minutos e agora foca por 20: a rotina simples que mudou tudo

Quem convive com crianças com autismo sabe: manter o foco por mais de alguns minutos pode parecer impossível em alguns momentos.

A cena se repete: a criança se senta, mas logo se levanta, perde o interesse ou se distrai com qualquer estímulo ao redor.

E aí bate aquele sentimento de frustração, de dúvida: “Será que estou fazendo algo errado?”

Essa é a história da Clara*, uma menina de 4 anos com autismo nível 2.

No início, ela conseguia se concentrar em uma atividade por, no máximo, dois minutos.

Mas, com o tempo, sua mãe encontrou uma rotina simples, leve e respeitosa — que mudou completamente a forma como Clara lidava com as atividades do dia a dia.

Hoje, ela consegue manter o foco por até 20 minutos seguidos. E o melhor: com alegria, sem pressão.

Vamos te contar como isso aconteceu — e como você também pode aplicar na sua realidade.

Quando o excesso de expectativa atrapalha mais do que ajuda

Muitas vezes, sem perceber, a gente acaba cobrando demais.

Tentamos seguir atividades para autismo encontradas na internet, colocamos metas como “fazer 5 fichas por dia” ou “sentar por 30 minutos”… mas esquecemos de olhar para o que a criança realmente consegue naquele momento.

Clara chorava, resistia, e a mãe se perguntava: “Será que ela está aprendendo algo?”.

Mas a verdade é que, naquele ritmo, nem a mãe nem a filha estavam bem.

Foi só quando ela diminuiu o ritmo, ajustou as expectativas e começou a observar mais do que impor, que tudo começou a mudar.

A rotina simples que fez toda a diferença 🧩

A seguir, você vai ver a rotina adaptada que foi usada com a Clara.

Pode servir como inspiração para a sua realidade, seja em casa ou na escola.

1. Começo leve (2 a 5 minutos)

Nada de começar com algo difícil. As primeiras atividades do dia eram visuais e muito fáceis.

Exemplo: pareamento de figuras ou quebra-cabeça simples.

👉 Objetivo: gerar uma sensação de “eu consigo”.

2. Atividades com propósito

A mãe passou a escolher atividades pedagógicas com uma função real para o momento da vida da Clara: identificar emoções, pedir o que quer, reconhecer os membros da família.

👉 Isso aumentou o interesse natural da criança.

3. Intervalos com movimento

Entre cada atividade, vinham pausas ativas: pular, correr, dançar.

Isso ajudava a liberar energia e regular o corpo.

👉 Não é bagunça — é estratégia para manter o cérebro em equilíbrio.

4. Reforço positivo verdadeiro

Cada pequeno progresso era celebrado.

Mas não com doces ou brinquedos — e sim com abraço, sorriso, um “você conseguiu!” de verdade.

👉 O afeto virou o maior reforço.

5. Encerramento com previsibilidade

A rotina sempre terminava da mesma forma: uma musiquinha calma, guardar os materiais juntos e um momento de carinho.

👉 O cérebro da criança aprende a se preparar para o fim.

Leia Agora: Atividades para autismo: 10 Ideias prontas e divertidas para estimular o desenvolvimento em casa ou na escola.

O progresso não veio de uma só vez

É importante dizer: nada disso funcionou da noite para o dia.

Foram semanas de constância, adaptação e, acima de tudo, respeito pelo tempo da Clara.

Mas hoje, aquela criança que mal sentava por dois minutos, consegue:

✔️ Participar de atividades por até 20 minutos
✔️ Pedir pausa quando precisa
✔️ Terminar tarefas com ajuda mínima

E, o mais bonito: ela gosta desses momentos. Porque não se sente cobrada — e sim apoiada.

O que você pode aprender com isso?

• Menos é mais.
• A qualidade do vínculo importa mais do que a quantidade de atividades.
• Respeitar o tempo da criança não é desistir — é o caminho para que ela confie em você e em si mesma.

Se você está em dúvida se está fazendo o suficiente, talvez já esteja fazendo demais. Respire. Reorganize.

E lembre: o progresso verdadeiro acontece quando a criança se sente segura.

FAQ – Perguntas Frequentes

1. Como saber se estou exigindo demais nas atividades para autismo?
Observe sinais como resistência constante, choro frequente, agitação ou fuga durante as tarefas.

Se isso acontece com frequência, é hora de rever a abordagem.

2. Quantas atividades por dia são ideais para uma criança com autismo?
Não há um número fixo. O ideal é trabalhar com qualidade, não quantidade.

Mesmo uma única atividade bem feita, com conexão e foco, pode valer mais que várias feitas no automático.

3. E se meu filho não quiser sentar de jeito nenhum?
Comece por atividades em pé, no chão, com movimento.

Sentar não é pré-requisito para aprender — é algo que pode vir depois, naturalmente.

4. Posso usar materiais impressos ou só atividades lúdicas?
Você pode usar os dois. O importante é que os materiais estejam adaptados à realidade da criança e tragam estímulos visuais, simples e com significado para ela.

Se esse conteúdo fez sentido para você, salve, compartilhe com outras mães ou educadoras.

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